sexta-feira, 24 de maio de 2013

Jacobina: Foto de morador de rua gera comentários em rede social


Postamos no site de relacionamentos Facebook uma foto tirada na manhã desta sexta - feira (24), e isso gerou vários comentários do tipo: "Até onde vai nossa cidade?"    "Tadinha dessa senhora"    "Lamentável"    "nao é só na city nao é no país todo"    "que Brasil é esse?"    "Chocada!"    "Ninha é sempre uma das maiores protagonista da triste realidade da nossa Jacobina"    "tia linda. rsrsrsrs".  E um deles nos chamou a atenção quanto a intensidade do comentário, foi o da senhoritaLeiliane Silva, confira na íntegra:  

"Rapaz, outro dia eu vi uma reportagem no face de alguém que compartilhou uma foto da lendária "Maria Pitu". O mais interessante é que nos comentários das pessoas, ela era, digamos assim, "A" representação da cultura de Jacobina. Li alguns do tipo: "Ela era o máximo!", "Ela corria atrás de todo mundo quando gritavam por ela!" "Nossa deu até saudade!", "Eu morria de medo dela!", "Lembro dela, figuraça!", "Cachaçeira!", "Mulambenta!" e os que achei mais incríveis: "Faz parte da minha infância!", meus pais me faziam medo dizendo que iam chamar Maria Pitu", etc., porém, o que gostaria de frisar aqui, é que essa "figura" da foto acima, todos conhecem, já viram, sua alegria incontestável e ao mesmo tempo inconsciente faz parte das ruas da cidade, principalmente da porta do Rancho Catarinense ou daquele trecho da Beira Rio “ponte/embaixo da ponte/cais”.

Todos admiram esta mulher, não é verdade? Mas porquê? Onde ela mora? Quem ela é? Tem família? Alguem já procurou saber? Admiram, acham irreverente, mas quantos “senhores, ou senhoras” que vão “desfrutar” da maravilhosa comida do Rancho já convidaram essa “figura, folclórica e cultural” - que um dia (certamente quando entrar para o ciclo do nitrogênio) fará parte da história de Jacobina “como patrimônio regional” - para sentar-se à mesa e comer dos quitutes maravilhosos servidos lá? Quantos tiveram essa coragem, de tentar resgatar e entender as questões (sociais, familiares, emocionais, financeiras) que envolve a vida desta mulher?

Não tive coragem de comentar na foto que vi de Maria Pitu, que não tinha a realidade muito diferente da desta mulher, fiquei realmente estarrecida com os comentários. Mas quando vi essa foto à cima, não resisti e tive que falar, porque daqui há alguns anos, quando esta não for mais vista nas ruas, com seus penteados chamativos e suas maquiagens super criativas, ou até mesmo seu gingado batendo palmas e cantando, as pessoas passarão a homenageá-la e murmurar dizendo: “Poxa coitada, se foi, nem fizemos nada por ela”.

O tempo é hoje, é agora. O ontem já passou e amanhã talvez não chegue. Não deixem para ajudar, ou estender à mão a quem precisa depois, faça agora, compreendam agora, sensibilizem-se já. Esse comentário estende-se também aos demais “patrimônios” de Jacobina sejam eles físicos ou fisiológicos.
" Concluiu.
Autora: Leiliane Silva, formada em Serviço Social e atualmente estuda Técnico em Meio Ambiente no IFBA. Trabalha na Brasil Kirin, Antiga Schincariol.


Diário da Chapada - Informação todo dia!
Reportagem: Igor Fagner

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