quinta-feira, 19 de setembro de 2013

OPERAÇÃO MIQUEIAS: PF apreende até Ferrari em ação para desarticular quadrilha que lavava dinheiro usando recursos da previdência:

A Polícia Federal deflagrou hoje (19) a Operação Miqueias, com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas acusadas de fazer lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas. Foram escalados mais de 300 policiais para cumprir 102 mandados judiciais.
Elza Fiúza/ ABr
Operação da PF apreendeu carros de luxo em Brasília, entre eles uma Ferrari e um Lamborghini
Segundo a PF, estão sendo cumpridos 75 mandados de busca e apreensão, cinco prisões preventivas e 22 prisões temporárias em dez unidades federativas: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia.
Entre os estão o doleiro Fayed Traboulsi e Marcelo Toledo. Toledo teve o nome envolvido na operação Caixa de Pandora, que levou à prisão o ex-governador do DF José Roberto Arruda. Está foragido Carlos Eduardo Lemos, conhecido como Dudu, operador conhecido por negócios com fundos de pensão de estatais.
A PF disse que não apresentará os nomes dos investigados porque começou a valer hoje a Lei do Crime Organizado, proibindo a exposição dos alvos. Foram apreendidos carros importados de luxo, como Porsche, BMW e uma Ferrari vermelha, além de uma lancha no valor estimado em R$ 5 milhões. A lancha pertenceria a Fayed.
Holding
Em nota, a PF informa que investiga há um ano e meio lavagem de dinheiro por meio das contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas. Na ocasião, foi verificada a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos.
O dinheiro era creditado nas contas bancárias das empresas investigadas, e os valores ilícitos ficavam circulando pelas demais contas ligadas à quadrilha, de onde eram sacados. Em 18 meses, foram sacados mais de R$ 300 milhões. Para não chamar a atenção dos órgãos de fiscalização, os criminosos substituíam periodicamente os laranjas e empresas envolvidas no esquema.
A PF identificou diversas “células criminosas da organização”, divididas em três núcleos. De acordo com os investigadores, os criminosos contavam com a ajuda de policiais civis do Distrito Federal. Os líderes da organização também faziam aliciamento de prefeitos e gestores do Regime Próprio de Previdência Social a fim de que aplicassem recursos de entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha e com alta probabilidade de insucesso.
Esses fundos eram formados por “papéis podres” e “foram verificados prejuízos no patrimônio desses regimes previdenciários”, segundo a PF. Os prefeitos e gestores que aderiram ao esquema eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado.
Foram verificadas irregularidades especificamente no Regime Próprio de Previdência Social das prefeituras de Manaus, de Ponta Porã e Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa, Caldas Novas, Cristalina, Águas Lindas, Itaberaí, Pires do Rio e Montividiu (GO), de Jaru (RO), Barreirinhas, Bom Jesus da Selva e Santa Luzia (MA).
Os presos e indiciados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta, operação desautorizada no mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
* Com Agência Brasil e AE

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