quinta-feira, 29 de maio de 2014

Expedição VEJA: Queda e redenção de Irecê

Expedição deixa Irecê (BA) rumo à cidade de Janaúba MG) - Jonne Roriz
Após a safra de 1992, quando foram colhidas 5 milhões de sacas, o município enfrentou uma crise. A pecuária e agricultura extensiva haviam alterado o clima e o solo da região. As chuvas tornaram-se menos frequentes e a terra perdeu fertilidade. Além disso, o governo federal cortou subsídios e muitos pequenos agricultores não puderam pagar as contas. “Mais de 10.000 produtores se endividaram. A região de Irecê teve que se reinventar”, afirma Everaldo da Silva Dourado, presidente da cooperativa de agricultores locais, Copirece.

No período da crise, milhares de pessoas de Irecê e da região migraram para o Sudeste e outras cidades da Bahia. Para quem ficou, o comércio passou o principal gerador de empregos da cidade que antes era uma potência agrícola.

O primeiro passo da redenção da agricultura começou com a criação de poços para abastecer de água os agricultores locais. A novidade permitiu que a região se reinventasse com o plantio de tomate, cenoura, cebola e pinha, que exigem muito menos espaço (e água) do que o feijão. Hoje, essa produção se espalha por 12.000 hectares.

Mas a grande expectativa dos produtores locais é a implementação do projeto Baixo do Irecê, o maior perímetro irrigado do Brasil, que vai transpor águas do São Francisco para terras locais. Mais de 15.000 hectares já estão irrigados, e o processo de seleção dos agricultores que participarão do projeto já começou. A previsão dos produtores é que as primeiras fazendas sejam beneficiadas ainda em 2014. Com a água em larga escala, Irecê quer seguir o exemplo de uma cidade pernambucana que entrou no roteiro da Expedição VEJA graças à produção de frutas de qualidade: “Irecê ainda será a Petrolina baiana”, diz Dourado.

A Expedição VEJA deixou Irecê às 6h20 desta quinta-feira. A próxima parada será em Janaúba (MG). Nesta sexta-feira, nossa equipe chega a Sete Lagoas (MG).

Veja

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