quarta-feira, 22 de julho de 2015

Região de Irecê: 178 famílias ameaçadas por ‘contingenciamento’ de recursos do estado

“Antes eu fazia tudo errado: se plantasse cenoura, não desenvolvia, a beterraba não vingava. Além disso, desperdiçava água e tinha um custo muito alto. Hoje minha produção aumentou, melhorou a qualidade e aprendi a importância do reflorestamento”. Palavras de Renilson Machado, 45 anos, produtor rural do povoado de Jurema dos Machados, no município de São Gabriel, norte do estado.
“Eu aprendi muito. Não fazia ideia de que plantando árvores nativas na minha propriedade o solo ficaria mais rico. O kit de irrigação que nós ganhamos também foi maravilhoso. Graças a Deus, minha terra garante o sustento da casa”, revela Isabel Soraia, 46, que planta e comercializa cenoura, beterraba, alface, coentro, pimentão, salsinha e outras hortaliças e verduras junto com a família no povoado do Esconde de São Gabriel.
“Há alguns anos atrás, minha pinha era de sequeiro [técnica agrícola para cultivo em terrenos com baixa pluviosidade]. Como tem chovido muito pouco, quase não há produção. Hoje, com a ajuda do pessoal, aumentei o espaçamento entre os pés de pinha, plantei árvores catingueiras, adotei o sistema de irrigação com fita gotejadora e estou bastante otimista. E tem mais: agora, eu mesmo vou vender meu produto, não quero mais conta com atravessadores”. Essa frase sintetiza a mudança de perspectiva do agricultor Edmilson Miranda, 52, do Guarani, outra localidade da zona rural de São Gabriel.
Além da simplicidade e do forte vínculo com a terra, os três personagens possuem em comum o orgulho de fazer parte do Projeto de Implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) para Recuperação Ambiental e Empoderamento Social no Território de Irecê, idealizado e executado pelo Instituto de Permacultura em Terras Secas (Ipêterras). O projeto – que saiu do papel graças ao convênio nº 013/2014, firmado entre o Ipêterras e a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (SEMA) – atende 178 famílias em 90 áreas nos municípios de Irecê, Canarana, Ibititá, Jussara, Uibaí e São Gabriel. Fonte: Jornalista Daniel Pinto

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